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O Padre Roberto Harder MS (do Distrito da Suiça), celebra hoje, 7 de abril de 2014, cem (100) anos de vida! Natural de Nederburen / St.Gallen, é filho de Mathias Harder e Magdalena Hasler. Com apenas 9 anos de idade, depois da leitura do livro “história de uma alma” de Santa Teresa, começou a arder nele um forte desejo: tornar-se sacerdote! Em 1934 inscreve-se na Escola Apostólica de Untere Waid. Fez o noviciado em  Fribourg em  1936, e concluiu na mesma cidade os seus estudos teológicos, tendo-se laureado em 1944. Um ano antes da laurea, precisamente aos 29 de junho de 1943, tinha sido ordenado sacerdote. Três anos depois da sua ordenação, parte em missão para Angola, uma missão para a qual já se vinha preparando desde 1940. Pe. Roberto e outros 7 seus confrades suiços, partem para aquela que veio a ser a inauguração da presença saletina em Angola! Depois de experiências de missão em  Lukondo (missão que veio a ser abandonada nos anos 60), Hanha, uma breve passagem por Ndunde, será sobretudo na missão do Kola (zona de Kalukembe) que o Pe. Roberto dedicará maior tempo do seu apostolado! ( para descobrir essas missoes, basta ver o mapa da Provincia de Angola, na versao em lìngua portuguesa). A grande intuição missionária do Pe. Roberto, depois de descobrir o grande papel da mulher rural angolana na estabilização das famílias – mas também movida pela experiência pessoal junto da sua família – ,  foi a dedicação à catequese e à formação bìblica e humana das mulheres. Desta obra, nasceu o Instituto religioso feminino das Irmãs de Santa Catarina de Sena, hoje espalhadas por muitos lugares de Angola e também na Itália e na Espanha. Por razões de saúde, o Pe. Roberto Harder regressou para a Suiça em 2004. Em 2012, o Pe. Celestino Muhatili, ms, teve uma entrevista com ele, cuja pequena parte se pode ver aqui: 

 

O Padre Roberto Harder MS (do Distrito da Suiça), celebra hoje, 7 de abril de 2014, cem (100) anos de vida!

Natural de Nederburen / St.Gallen, é filho de Mathias Harder e Magdalena Hasler!

Com apenas 9 anos de idade, depois da leitura do livro “história de uma alma” de Santa Teresa, começou a arder nele um forte desejo: tornar-se sacerdote! Em 1934 inscreve-se na Escola Apostólica de Untere Waid. Fez o noviciado em  Fribourg em  1936, e concluiu na mesma cidade os seus estudos teológicos, tendo-se laureado em 1944. Um ano antes da laurea, precisamente aos 29 de junho de 1943, tinha sido ordenado sacerdote. Três anos depois da sua ordenação, parte em missão para Angola, uma missão para a qual já se vinha preparando desde 1940. Pe. Roberto e outros 7 seus confrades suiços, partem para aquela que veio a ser a inauguração da presença saletina em Angola! Depois de experiências de missão em  Lukondo (missão que veio a ser abandonada nos anos 60), Hanha, uma breve passagem por Ndunde, será sobretudo na missão do Kola (zona de Kalukembe) que o Pe. Roberto dedicará maior tempo do seu apostolado! ( para descobrir essas missoes, basta ver o mapa da Provincia de Angola, na versao em lìngua portuguesa).    

A grande intuição missionária do Pe. Roberto, depois de descobrir o grande papel da mulher rural angolana na estabilização das famílias – mas também movida pela experiência pessoal junto da sua família – ,  foi a dedicação à catequese e à formação bìblica e humana das mulheres. Desta obra, nasceu o Instituto religioso feminino das Irmãs de Santa Catarina de Sena, hoje espalhadas por muitos lugares de Angola e também na Itália e na Espanha. Por razões de saúde, o Pe. Roberto Harder regressou para a Suiça em 2004. Em 2012, o Pe. Celestino Muhatili, ms, teve uma entrevista com ele, cuja pequena parte se pode ver aqui: 
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80 anosMissionários Saletinos: 80 anos da criação da Província da Imaculada Conceição
O que esse acontecimento nos interpela?
 
A Congregação dos Missionários de Nossa Senhora da Salette é formada por nove Províncias, entre elas a Província da Imaculada Conceição, que completa 80 anos. Embora o marco referencial da presença saletina no Brasil seja a chegada do Padre Clemente Moussier no Porto de Santos, a 18 de dezembro de 1902, só depois de 32 anos, precisamente em 1934, que os religiosos saletinos no Brasil, assumem a missão a partir da criação do seu provincialato.
Se buscarmos a inspiração deste acontecimento, comparando o seu caminhar com uma pessoa que chega a esta idade, podemos afirmar que de um octogenário aprendemos a sabedoria e experiência de vida. Com todo respeito àqueles a quem Deus deu a graça de viver esta idade, sabemos por outro lado, que ao chegar aos 80 anos, a pessoa carrega o “peso” do cansaço dos anos vividos, a debilidade e desgaste dos órgãos vitais, o que impede em lança-lo aos desafios da missão. Creio que  temos uma dupla tarefa: não abandonar nem descartar a experiência de vida dos “octagenários”, como também em  não deixar as “dores e o cansaço do corpo” impedirem o ardor missionário.
Ao completar 80 anos de criação da nossa província, busquei uma inspiração metafórica: 80 é a soma de 40+40. Quarenta na Bíblia é número simbólico. Estamos completando duas vezes quarentena! Temos dupla tarefa, dupla responsabilidade. Esta inspiração dentro deste acontecimento nos interpela aplicarmos a regra matemática nas categorias teológicas:  amar2missão2, perdão2...
Quarenta: Número que indica um tempo necessário de preparação para algo novo que vai chegar: 40 dias e quarenta noites do dilúvio (Gn 7,4.12); 40 dias e 40 noites passa Moisés no Monte (Ex 24,18; 34,26; Dt 9,9-11; 10,10); 40 anos foi o tempo da peregrinação pelo deserto (Nm 14,33; 32,13; Dt 8,2; 29,4, etc.); Jesus jejuou 40 dias antes de começar o seu ministério (Mt 4,2; Mc 1,12; Lc 4,2); a Ascensão de Jesus acontece 40 dias depois da Ressurreição (Act 1,3). Quando alguém errava, era corrigido com 40 chicotadas (Dt 25,3) e Paulo também recebeu cinco vezes as 40 chicotadas menos uma (2Cor 11,24). Do ponto de vista teológico-litúrgico-espiritual o sentido se aprofunda e relaciona-se com a experiência que o povo faz de Deus ou como lê a ação Dele em sua história: os 40 dias e 40 noites da inundação do Dilúvio originam uma nova humanidade purificada pelas águas (Gn 7, 4-17); a peregrinação do deserto e a travessia do Mar Vermelho para chegar à Terra Prometida, tempo de provação e de purificação (Ex 14, 18-27); Moisés que permanece 40 dias e 40 noites sem comer e beber para receber a Aliança no Sinai (Ex 24, 12-18; Dt 9, 9); a penitência dos ninivitas antes de receberem o perdão de Deus (Jn, 3, 4), a caminhada do profeta Elias durante 40 dias e 40 noites para chegar ao monte de Deus (1Rs 19, 3-8); o jejum de Jesus durante 40 dias e 40 noites, quando foi tentado pelo Diabo (Mt 4, 1-11), e outras.
 
01.     Oitenta anos de Província: dupla oportunidade de refazermos nossa história
Por muito tempo entoamos esta canção: “Animados pela fé e bem certos da vitória, vamos fincar nosso pé e fazer nossa história e fazer a nossa história, animados pela fé”...
Nesta longa caminhada pelo deserto não há nada que possa distrair. Tudo é seco, sem vida. O que sustenta e guia o caminhante é a luz escura que lhe vem do ponto de chegada, lá da Montanha de Deus. A caminhada é como os 40 anos que o povo passou no deserto: é o tempo necessário para refazer a história, refazer a pessoa desintegrada, reencontrar a vida, reencontrar-se a si mesmo, beber do próprio poço e redescobrir a luz da presença da Deus na escuridão da noite, perceber algo da presença de Deus no centro mais profundo de si mesmo. São os 40 dias que Jesus passou no deserto preparando-se para a sua missão e enfrentando a tentação do demônio com a luz da Palavra de Deus.
Oitenta anos desde a criação da Província, cento e doze anos da chegada do Padre Moussier ao Porto de Santos, 168 anos da aparição de Maria em Salette, cinquenta anos da presença saletina na Bahia, cinquenta anos da promulgação do Concílio Vaticano II... estas e muitas outras motivações são oportunidades de fazermos a releitura da história, do carisma, dos apelos e clamores que vem dos “Bartimeus” a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”(Lc 18,38).
 
02.     Oitenta anos de Província: dupla oportunidade de irmos ao “deserto”
 
No deserto teremos que sempre olhar para nós mesmos
No deserto não tem nada para olhar, não há nada que vai nos chamar atenção, e por isto somos obrigados a olhar para nós mesmos, somos o objeto de nossa própria análise – no deserto nos redescobrimos – e começamos a conhecer onde realmente podemos chegar e onde descobrimos que temos forças que jamais pensamos que teríamos.
Não se trata de um olhar “narcisista”,  em dizer “espelho, espelho meu”... mas oportunidade de olhar para dentro de nós mesmos e re-cordar (fazer passar de novo pelo coração) a nossa fidelidade ao projeto de vida que abraçamos (VRC); olhar como estamos assumindo nossas prioridades provinciais; olhar como vivenciamos o nosso carisma...perceber nosso “amor primeiro” e nossa paixão por Jesus e seu Reino.
 
O deserto nos faz refletir sobre a nossa condição
“Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos” (Dt.8.2)
Isto aconteceu com Agar e o seu filho no deserto, eles saíram errantes com a finalidade de apenas sobreviver no deserto. A sua condição de mãe foi apenas colocar o seu filho debaixo de um arbusto para que ele pudesse morrer sem ela ver, pois ela achou que não tinha mais solução, e a sua condição era apenas aquela. Deus agiu: “Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está” [estava no deserto] (Gn 21.17). Isto aconteceu porque ela estava apenas olhando a provação do deserto, mas, quando ela começou a ouvir a voz de Deus no deserto, começou a ver a saída: “Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela uma poço de água”. No deserto, ou em tempo de prova, precisamos que o Senhor abra os nossos olhos, para podermos enxergar e ver a saída, ver aquilo que os outros não veem.
Ao celebrar oitenta anos do caminhar enquanto Província, somos convidados a rogar ao Senhor da Messe, que abra nossos olhos e nos faça enxergar saídas para os impasses que a vida comunitária nos apresenta; a buscar saídas criativas para as situações enfrentadas na missão e que nos leva em certos momentos nos perguntar: o que fazer? Mas sobretudo este é o tempo propício de na Fé, fazermos a experiência do Deus Fiel, do Deus Conosco, tão bem expressada na resposta litúrgica: “Ele está no meio de nós”!
 
No deserto somos capacitados por Deus
O deserto faz parte da própria experiência Cristã: (Rm.5.3-5): “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança; Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo”...
Oitenta anos (duas vezes quarenta!) é tempo de renovar a esperança. Quem sabe a oportunidade em reler a carta enviada aos saletinos, pelo Papa João Paulo II, por ocasião dos 150 anos da aparição, ao afirmar: “Salette é uma mensagem de esperança”. É tempo de renovar a esperança, de deixar Deus agir em nós! É tempo prospectivo!
 
 
03.     Oitenta anos de Província: dupla oportunidade de avaliarmos a MISSÃO!
Passados os 40 dias durante os quais se mostrou aos apóstolos sob as aparências de uma humanidade normal que ocultavam a sua glória de Ressuscitado, Jesus Cristo é elevado aos céus e senta-se à direita do Pai. Ele é o Senhor que agora reina com a sua humanidade na glória eterna de Filho de Deus e, sem cessar, intercede por nós junto do Pai. Envia-nos o Espírito Santo e tendo-nos preparado um lugar, dá-nos a esperança de um dia chegarmos ao céu para estarmos com Ele.
É interessante ter em conta que o número 40 simboliza na Bíblia o tempo que requer o povo para tomar consciência do projeto de Deus. Uma vez compenetrado dele, vence as tentações que pretenderam desviá-lo de seu cumprimento, afirma-se na vontade de Deus e prepara-se para a missão que tem adiante de si.
Para Lucas, o período dos 40 dias após sua ressurreição simboliza o tempo que Jesus teve de passar para convencer os discípulos de que na realidade tinha ressuscitado, e das consequências que tal fato teria na vida deles quanto à responsabilidade missionária como testemunhas mais próximas e confiáveis do Ressuscitado.
A Ascensão de Jesus marca o fim das suas manifestações visíveis aos discípulos e o começo da missão da Igreja assistida pelo Cristo ressuscitado e o Espírito Santo. É o tempo  do Espírito Santo, o tempo da Igreja. “Homens da Galiléia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu”? Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura”(Atos 1,11; Mc 16).
 
Pe Edegard Silva Júnior
Missionário Saletino

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quinta-feira, 20 fevereiro 2014 21:16

Por que está aqui?

RandriamaheninaJean-Théodore

 TESTEMUNHO DO P. THEO NO ENCONTRO PROVINCIAL 31.12.2013

            Agradeço de coração ao P.Franz e seu Conselho pela confiança em mim depositada. Alegro-me por estar com vocês, e poder partilhar estas modestas experiências, como religioso-sacerdote, vivendo na Provincia saletina da França.

            No programa recebido consta o nome do P.Gilbert, como co-participante comigo deste momento. Como malgaxe, do que me ufano, respeito muito os idosos, sejam quem forem. Ao P. Gilbert devo muito reconhecimento, pois foi ele quem me encaminhou para a escola Apostólica de Antsahasoa, em outubro de 1989. Eu tinha então 14 anos, e ele era Pároco da Paróquia de minha terra natal, Faratsiho. Essa Paróquia, fundada pelos missionários saletinos franceses é agora atendida pelos MS malgaxes. É assim fácil entender como e porque surgiu, desde pequeno, minha vocação. A Salette corre na minhas veias, integra meu DNA. Emiti meus primeiros votos no dia 19 de setembro de 1996, no fac-simile de Antsahasoa. Participei do PPP em 2002, e fiz meus votos perpétuos no mesmo ano, no dia 19 de setembro. Depois de minha ordenação sacerdotal, em 29 de julho de 2006, na catedral de Nossa Senhora da Salette em Antsirabe, fui nomeado ecônomo do Escolasticado e Vigário paroquial da paróquia de Fenomanana, em Tananarivo, até 03 de outubro de 2010, dia de minha chegada a Nossa Senhora do Chêne na diocese Besançon.

            Com frequência, as pessoas me perguntam: Por que está aqui? Há sacerdotes sobrando em Madagascar?

            As perguntas são complexas, mas fáceis de responder. Quanto à primeira: Os Padres Montfortianos, atenderam o Santuário de Nossa Senhora do Chêne durante 90 anos e não puderam dar continuidade e a obra ficou em abandono, a partir de 2006. Em 2007, nosso Provincial atendeu ao pedido do bispo da Diocese, e instalou no Santuário uma comunidade de Missionários de N. Sra. da Salette. Agora, a vida do santuário está bem animada. Quanto à segunda pergunta: não há padres sobrando em Madagascar, mas aqui faltam. É bem verdade que em Madagascar eles aumentam em numero clero jovem, mas ainda não é suficiente. Aqui eles são cada vez mais idosos e menos numerosos. Não conto os mortos (não condiz com a mentalidade malgaxe), mas depois três anos de minha presença na Diocese de Besançon, que é a que melhor conheço, houve muitos enterros de clérigos, mas um só nascimento. e uma única ordenação sacerdotal, por sinal de um saletino malgaxe, em 26 de junho de 2011. Estamos orgulhosos. O fato de vir para a França, não é uma troca de favores, como se costuma dizer, mas uma resposta a um chamado e dom gratuito... Os missionários saletinos evangelizaram a grande Ilha. Hoje ainda restam alguns...       

Vive-se a animação espiritual do Santuário primeiramente, nas e pelas celebrações diárias. Não estou sozinho nessas tarefas. Toda a Comunidade está comprometida. A cada um é atribuída alternadamente, a pregação, e estamos todos juntos para a celebração diária da Eucaristia depois de Laudes ou Vésperas. Pessoas de fora também participam de cada celebração. Nos domingos, todos os domingos, temos duas celebrações da Eucaristia, de manhã e à noite. Muitos moradores da região e também pessoas de passagem, participam da celebração. Durante o ano, acontecem 6 peregrinações, vindas de lugares diferentes.

            As atividades pastorais nas diferentes Unidades pastorais de nosso Decanato, também nos ocupam. No Chêne, não sobra tempo para o tédio. Acontece que, aos domingos, celebrarmos duas ou três missas cada um. Celebrar a missa é indispensável, mas não é tudo.

            Sou padre a serviço (os outros também): nem pároco, nem vigário paroquial, nem coadjutor. Estar a serviço? Que significa? Todo padre está a serviço porque é e permanecerá diácono permanente. Estar a serviço é estar disponível. Para que não haja nossa Diocese refletiu-se sobre padres “vindos de fora” (assim somos chamados) Cito (Eglise de Besançon, revista bi-mensal n. 19, de 17 de novembro de 2013) “Não se deve admitir que um padre vindo de fora seja visto como uma emergência, uma ajuda esporádica, ou, pior ainda, como um ‘tapa buracos” em tempo de penúria”. Esta questão foi levantada numa reunião dos padres coordenadores e os delegados pastorais do nosso Decanato. Que pensar disso?

            Estou consciente que se é padre não para si mas para os outros. Esta convicção faz com que me engaje diretamente na pastoral: catequese, preparação para a confirmação, pastoral da saúde (Capelania do Hospital, Evangelho para os doentes, Pastoral dos portadores de deficiências).

            Na preparação para a Confirmação, procuro trazer o meu tijolo na construção da fé. Não consigo fazer tudo, mas se eu padre e missionário não o faço, quem vai fazê-lo? Se nada fazemos, nada é feito. Estou convencido: Devo testemunhar minha fé para que as pessoas percebam o que creio: é pouco, mas já é alguma coisa. Estar com esses jovens me traz muitas alegrias. Mais recebo do que dou.

            Na pastoral da saúde, além das celebrações regulares no hospital, nas casas de acolhida das pessoas idosas, das que vivem sozinhas, doentes ou sofredoras, dos cuidadores de doentes, de auxiliares domésticos, encontro com muitas outras pessoas Estou contente com isso. Não são os sofrimentos dos doentes que me fazem feliz, compartilhando com eles, - guardadas as devidas distancias - mas o fato de estar com eles: “tudo o que fizerdes a um destes pequeninos” diz Jesus. Agradeço também a Deus pela qualidade dos serviços e atenção dispensada a essas pessoas doentes, com deficiências, e sofredoras. Olho para Madagascar e para outros países e rezo a Deus dizendo: que as pessoas idosas sejam mais amparadas por suas famílias.

            O testemunho não é meu, mas de minha Comunidade que me envia. Nada faço em meu nome. A missão é da Comunidade e não minha! Isto muda todo. Na Comunidade, como é importante de amparar-se na oração, corrigir-se fraternalmente, pois nem tudo é claro para mim que acabo de desembarcar. A partilha fraterna é um desafio permanente e indispensável, porque somos diferentes. Somos únicos, cada um com suas capacidades, fraquezas e limites. A diversidade é uma riqueza se soubermos aproveitá-la, mas pode tornar-se um estorvo enorme se nos fixarmos em nossas ideias.

            Depois de três anos passados na França, muita água correu debaixo da ponte. Minha adaptação à cultura francesa e minha integração na vida eclesial estão apenas começando... penso continuar. Não é fácil. Requer tempo. Dar tempo ao tempo. Mas tudo faço para que aconteça. Muitas informações nos são passadas seja pela Diocese, seja pela Província. Procuro seguí-las. Logo mais, com Dominique, teremos mais uma etapa da formação permanente: Nosso enraizamento na Igreja da França. Já abordamos temas sobre laicidade, ecologia e desenraizamento no Exilio. Muitos outros seguirão. Alegro-me em poder usufruir ao máximo todas estas oportunidades.

P. Jean-Théodore RANDRIAMAHENINA ms

 

TESTEMUNHO DO P. THEO NO ENCONTRO PROVINCIAL 31.12.2013

            Agradeço de coração ao P.Franz e seu Conselho pela confiança em mim depositada. Alegro-me por estar com vocês, e poder partilhar estas modestas experiências, como religioso-sacerdote, vivendo na Provincia saletina da França.

            No programa recebido consta o nome do P.Gilbert, como co-participante comigo deste momento. Como malgaxe, do que me ufano, respeito muito os idosos, sejam quem forem.  Ao P. Gilbert devo muito reconhecimento, pois foi ele quem me encaminhou para a escola Apostólica de Antsahasoa, em outubro de 1989. Eu tinha então 14 anos, e ele era Pároco da Paróquia de minha terra natal, Faratsiho. Essa Paróquia, fundada pelos missionários saletinos franceses é agora atendida pelos MS malgaxes. É assim fácil entender como e porque surgiu, desde pequeno, minha vocação. A Salette corre na minhas veias, integra meu DNA. Emiti meus primeiros votos no dia 19 de setembro de 1996, no fac-simile de Antsahasoa. Participei do PPP em 2002, e fiz meus votos perpétuos no mesmo ano, no dia 19 de setembro. Depois de minha ordenação sacerdotal, em 29 de julho de 2006, na catedral de Nossa Senhora da Salette  em Antsirabe, fui nomeado ecônomo do Escolasticado e Vigário paroquial da paróquia de Fenomanana, em Tananarivo, até 03 de outubro de 2010, dia de minha chegada a Nossa Senhora do Chêne na diocese Besançon.

            Com frequência, as pessoas me perguntam: Por que está aqui? Há sacerdotes sobrando em Madagascar?

            As perguntas são complexas, mas fáceis de responder. Quanto à primeira: Os Padres  Montfortianos, atenderam o Santuário de Nossa Senhora do Chêne durante 90 anos e não puderam dar continuidade e a obra ficou em abandono, a partir de 2006. Em 2007, nosso Provincial atendeu ao pedido do bispo da Diocese, e instalou no Santuário uma comunidade de Missionários de N. Sra. da Salette. Agora, a vida do santuário está bem animada. Quanto à segunda pergunta: não há padres sobrando em Madagascar, mas aqui faltam. É bem verdade que em Madagascar eles aumentam em numero clero jovem, mas ainda não é suficiente. Aqui eles são cada vez mais idosos e menos numerosos. Não conto os mortos (não condiz com a mentalidade malgaxe), mas depois três anos de minha presença na Diocese de Besançon, que é a que melhor conheço, houve muitos enterros de clérigos, mas um só nascimento. e uma única ordenação sacerdotal, por sinal de um saletino malgaxe, em 26 de junho de 2011. Estamos orgulhosos. O fato de vir para a França, não é uma troca de favores, como se costuma dizer, mas uma resposta a um chamado e dom gratuito... Os missionários saletinos evangelizaram a grande Ilha. Hoje ainda restam alguns...        

Vive-se a animação espiritual do Santuário primeiramente, nas e pelas celebrações diárias. Não estou sozinho nessas tarefas. Toda a Comunidade está comprometida. A cada um é atribuída alternadamente, a pregação, e estamos todos juntos para a celebração diária da Eucaristia depois de Laudes ou Vésperas. Pessoas de fora também participam de cada celebração. Nos domingos, todos os domingos, temos duas celebrações da Eucaristia, de manhã e à noite. Muitos moradores da região e também pessoas de passagem, participam da celebração. Durante o ano, acontecem 6 peregrinações, vindas de lugares diferentes.

            As atividades pastorais nas diferentes Unidades pastorais de nosso Decanato, também nos ocupam. No Chêne, não sobra tempo para o tédio.  Acontece que, aos domingos, celebrarmos duas ou três missas cada um. Celebrar a missa é indispensável, mas não é tudo.

            Sou padre a serviço (os outros também): nem pároco, nem vigário paroquial, nem coadjutor. Estar a serviço? Que significa? Todo padre está a serviço porque é e permanecerá diácono permanente. Estar a serviço é estar disponível. Para que não haja nossa Diocese refletiu-se sobre padres “vindos de fora” (assim somos chamados) Cito  (Eglise de Besançon, revista bi-mensal n. 19, de 17 de novembro de 2013) “Não se deve admitir que um padre vindo de fora seja visto como uma emergência, uma ajuda esporádica, ou, pior ainda, como um ‘tapa buracos” em tempo de penúria”. Esta questão foi levantada numa reunião dos padres coordenadores e os delegados pastorais do nosso Decanato. Que pensar disso?

            Estou consciente que se é padre não para si mas para os outros. Esta convicção faz com que me engaje diretamente na pastoral: catequese, preparação para a confirmação, pastoral da saúde (Capelania do Hospital, Evangelho para os doentes, Pastoral dos portadores de deficiências).

            Na preparação para a Confirmação, procuro trazer o meu tijolo na construção da fé. Não consigo fazer tudo, mas se eu padre e missionário não o faço, quem vai fazê-lo? Se nada fazemos, nada é feito. Estou convencido: Devo testemunhar minha fé para que as pessoas percebam o que creio: é pouco, mas já é alguma coisa. Estar com esses jovens me traz muitas alegrias. Mais recebo do que dou.

            Na pastoral da saúde, além das celebrações regulares no hospital, nas casas de acolhida das pessoas idosas, das que vivem sozinhas, doentes ou sofredoras, dos cuidadores de doentes, de auxiliares domésticos, encontro com muitas outras pessoas Estou contente com isso. Não são os sofrimentos dos doentes que me fazem feliz, compartilhando com eles, - guardadas as devidas distancias - mas o fato de estar com eles: “tudo o que fizerdes a um destes pequeninos” diz Jesus. Agradeço também a Deus pela qualidade dos serviços e atenção dispensada a essas pessoas doentes, com deficiências, e sofredoras. Olho para Madagascar e para outros países e rezo a Deus dizendo: que as pessoas idosas sejam mais amparadas por suas famílias.

            O testemunho não é meu, mas de minha Comunidade que me envia. Nada faço em meu nome. A missão é da Comunidade e não minha! Isto muda todo. Na Comunidade, como é importante de amparar-se na oração, corrigir-se fraternalmente, pois nem tudo é claro para mim que acabo de desembarcar. A partilha fraterna é um desafio permanente e indispensável, porque somos diferentes. Somos únicos, cada um com suas capacidades, fraquezas e limites. A diversidade é uma riqueza se soubermos aproveitá-la, mas pode tornar-se um estorvo enorme se nos fixarmos em nossas ideias.

            Depois de três anos passados na França, muita água  correu debaixo da ponte. Minha adaptação à cultura francesa e minha integração na vida eclesial estão apenas começando... penso continuar. Não é fácil. Requer tempo. Dar tempo ao tempo. Mas tudo faço para que aconteça. Muitas informações nos são passadas seja pela Diocese, seja pela Província. Procuro seguí-las. Logo mais, com Dominique, teremos mais uma etapa da formação permanente: Nosso enraizamento na Igreja da França. Já abordamos temas sobre laicidade, ecologia e desenraizamento no Exilio. Muitos outros seguirão. Alegro-me em poder usufruir ao máximo todas estas oportunidades.

P. Jean-Théodore RANDRIAMAHENINA ms

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De 3 a 5 de Fevereiro, na Casa Geral, em Roma, a Comissão discutiu sobre a Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC). A Comissão é composta dos seguintes membros: P. Alfredo Velarde, MS de Argentina, P. Thomas Htang Mong, MS de Myanmar, P. Francisco Mbambi, MS de Angola, P. Joseph G. Bachand, MS e P. Henryk Przeździecki, MS.

Esta Comissão reuniu-se pela primeira vez e discutiu entre outras as seguintes questões: como pôr em pratica a Decisão n. 8 do ultimo Capitulo Geral de 2012, concernente a Justiça, Paz e Integridade da Criação, e como preparar-se para a celebração de 2015 dedicado à esta questão na nossa Congregação. A Sessão foi aberta pelo Padre Geral. As sugestões das Decisões serão submetidas à aprovação do Conselho Geral.

 

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terça-feira, 03 dezembro 2013 17:28

Irmãs de Nossa-Senhora da Salette

 


Sigla : SNDS  Foto do novo Conselho Regional de Angola .
Data de fondacão : 1965-12-06
Família espiritual : Marial
Compromisso prioritário : a pedido de dioceses
Número de comunidades na França : 20
Total de membros : 265 irmãs
Missão : a congregação é de vida apostólica.
Endereço da casa geral :
Sœurs de Notre Dame de la Salette
 Maison Notre Dame Le Bourg
15600 Quézac
04 71 62 28 15

Historial :

Foto do novo Conselho Regional de Angola 

Nascimento de nossa Congregação

Maria apreceu à duas crainças Maximino e Melânia à 19 de setembro de 1846 na montanha da Salette

Alguns anos mais tarde em 1861 a Senhorita Deluy Fabry, veio em pelegrinação no Santuário de Nossa Senhora da Salette. Ela deixou Salette com a intuição de ter fondado uma congregação religiosa se inspirando na aparição. Ela foi ter então com o Bispo Don Ginoulhiac o então Bispo da Diocese de Grenoble. No dia 17 de setembro de 1871, a Congregação das Religiosas de Nossa Senhora da Salette viu o dia. Muito rápido, ela sera mais conhecida pelo nome de Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora da Salette.

A 2 de fevereiro de 1930, na diocese de Soissons com a iniciativa do P.Crozet, superior geral dos Missonários da Salette, nasce a Congregação das Irmâs Missionárias de Nossa Senhora da Salette.
A espiritualidade e as constituições das duas congregações tem como fonte a Mensagem de Nossa Senhora da Salette.
Uma vondade de união da família saletina começa à germinar. Em 1955, as irmâs começaram à trocarem idéias e pontos de vista. A primeira luz brilhou à partir de 1944 mas, foi muito cedo de mais. Somente depois de 1955 que a comunicaçâo se tornou regular e o projeto de união se congretisou.

Em 1959, os conselhos gerais de duas congregações se encontraram a fim de refletirem sobre a união. Os Missionários de Nossa Senhora da Salette jogaram um papel importante nesta reflexâo comun. Um gropo de trabalho foi criado. Ele é composto de duas irmâs de cada congregaçâo, para preparar os estatutos provisórios. Em 1961, o dossier de pedido de união foi enviado à Roma. A 20 de janeiro de 1962, a Sagrada Congregação para a Vida Religiosa, autorisou as dua congregaçôes a se unirem isto é formarem uma ùnica congregação com a denominação : « Irmãs de Nossa Senhora da Salette ». No mês de fevereiro de 1962, cada congregação se reuniu em capítulo. Este capítulo teve como objetivo de eleger o conselho geral provisório da Congregaçâo das Irmãs de Nossa Senhora da Salette.
Em 25de março de 1962 : a união das duas congregações foi concretisada oficialmente. Cada casa(comunidade) recebeu de sua Eminência Mon. Fougerat, uma circular designando as irmãs eleitas para o governo provisório da congregaçâo. A união se torna efetiva com o novo decreto da santa sé em 6 de decembro de 1965.

O primeiro capítulo da congregação teve lugar em 1968. Quatro capítulos especiais permitirão à elaboração das constituições em 1968,1969 e 1980 e 1981. As constituições são aprovadas pelo Mon. Matagrin, Bispo de Grenoble à 17 de maio de 1986.


Em 1997 em Angola, uma comunidade das irmãs Mensageiras de Nossa Senhora da Salette é reconhecida pelo Bispo de Benguela.A fusão das Irmãs Mensageiras com as Irmãs da Salette aconteceu em 2004. A fusão com as religiosas de Jesus Redentor-Maria Mediadora, foi finalisada em abril de 2013. 
Segundo as nossas constituições:
Irmãs de Nossa-Senhora da Salette :
Uma vida oferecida « Espírito de reconciliação, os gestos e palavras de Maria à quando da sua aparição, exprimem uma vida de oraçâo, de sacrifício e de apostolado, as irmãs são chamadas a seguir este exemplo.
Uma vida de oração
Uma vida de comunidades fraternas
Uma vida de serviço
Uma vida com dimensões internacionais « como o Pai me enviou, também eu vos envio »(J.20,2)
« Eu sou a serva do Senhor. Aconteça-me segundo a tua palavra »(Lc 1,38)
« A graça da Salette torna as irmãs atentas ao apelo de Cristo que veio anunciar a boa nova aos pobres. Elas estão prontas para difundir o apelo à converão lançado por Maria ;ela aparereu preocupada com o seu povo : « se eles se converterem » e responder ao seu pedido : «  Ide meus filhos e fazei- a passar à todo o meu povo »(constituições, n°36)

« a meditação dos gestos e palavras de Maria à quando da sua aparição, permite as irmãs orientar a escolha das sua actividades apostólicas e de melhor comprender o espírito que deve enchecer os seus corações »(constituições, n°38)

« No espírito da reconciliação que é a graça da Salette, as irmãs se dão ao apostolato em todas as formas, elas estão aptas a promover o desenvolvimento da pessoa humana no respeito e dignidade e na sua liberdade. Em lugares onde são enviadas, elas se esforçam para construir a paz, a unidade na justiça e na caridade »(constituições n°40).

Espírito de reconciliação, os gestos e palavras de Maria à quando da sua aparição exprimem uma vida de oração, de sacrifício e de apostolado, as irmãs são chamadas à seguir este exemplo. A sua oração se uni à de Maria, no céu, que pela intercessão contínua não cessa de obter ao seu Pai » as graças de salvação.
O seu sacrifício se realisa na oblação d’elas mesmas a Deus, renovada a cada instante no acholher a vontade do Pai que as faz unir com Maria, à vida redendora de Cristo e ao seu sacrifício sobre à cruz. O seu apostolato esta marcado deste amor que torna a Virgem Maria atenta as necessidades dos seus filhos. Este amor encheu os seus coraçôes de solitude ativa para com os pobres, os desfavorecidos, todos aqueles que estão na tristeza. Em toda a sua vida, as irmãs são testemunhas do apelo de Cristo à conversâo »(constituições, n°7).
Uma vida comunitária enraizada na oraçâo, um espírito de reconcialiação, um esforço de apostolato-tais são as características da Congregação das Irmãs de Nossa-Senhora da Salette.

Presença no mundo :
As Irmãs de Nossa Senhora da Salette são cerca de 250 repartidas em 11 países : França,Brasil,Madagascar,Filipinas,USA, Polónia,Angola,Myanmar,Itália, Canada,Argélia.
Elas respondem ao apelo de Cristo numa vida comunitária, de oração,de don de si, de presença activa ao lado de aqueles que têm necessidades. Por toda a sua vida, elas querem testemunhar o apelo de Cristo na reconciliação e conversão. 
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segunda-feira, 02 dezembro 2013 22:47

India, Provincial Chapter 2013 27-29 January 2013

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quarta-feira, 23 outubro 2013 21:18

Photo >Superiores Olim Generales

1-  1858-1865 R.P. Pierre Archier            
 2 - 1865-1876 R.P. Sylvain-Marie Giraud
 3  - 1876-1891 R.P. Pierre Archier
4 - 1891-1897 R.P. Auguste Chapuy
5 - 1897-1913 R.P. Joseph Perrin
6 - 1913-1926 R.P. Pierre Pajot
7 - 1926-1932 R.P. Célestin Crozet
8 - 1932-1945 R.P. Etienne-Xavier Cruveiller
9 - 1946-1958 R.P. Joseph Imhof
10 - 1958-1964 R.P. Joseph Alphonse Dutil
11  1964-1970 R.P. Conrad Blanchet
12  1970-1976 R.P. Emil Truffer
13  1976-1982 R.P. Lionel R. LeMay
14  1982-1988 R.P. Eugene G. Barrette
15  1988-1994 R.P. Ernest J. Corriveau
16  1994-2006 R.P. Isidro Augusto Perin
17  2006-2012 R.P. Dennis J. Loomis
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quinta-feira, 17 outubro 2013 07:47

A Escola de Justiça e Paz

JPIC BRAZIL      JUSTIÇA E PAZ: PARTE INTEGRANTE DA NOSSA MISSÃO

A Escola de Justiça e Paz

Os Missionários Saletinos realizaram em 2011 em Córdoba (Argentina), um encontro internacional sobre Justiça e Paz. Naquela ocasião percebemos como a realidade de cada país presente, era marcada pela violação dos direitos humanos, por relações econômicas injustas, por guerras políticas e religiosas e pela destruição do meio ambiente.

Esta realidade fere o plano de Deus e nos distancia do Seu sonho, que é um mundo reconciliado, onde "justiça e paz se abraçarão" (Sl 85).

O tema da Justiça e Paz tem sido uma constante preocupação dos cristãos. Prova disso é a realização da 10ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, que será realizada neste mês de outubro (30/10 a 8/11), em Busan, Coreia do Sul.

"Deus da Vida, guia-nos à justiça e à paz". O tema expressa uma das mais destacadas demandas do tempo em que vivemos: justiça com paz e paz com justiça, fontes de vida, vontade de Deus.

Justiça e Paz na missão dos Saletinos

Nossa constituição no capítulo que trata da vida apostólica, assegura que faz parte da nossa missão, "empenharmos nossos esforços na luta contra os males que, hoje, comprometem o desígnio salvífico de Deus e a dignidade da pessoa humana" (RV, Cap IV, artigo 23).

Nós Saletinos, sempre estivemos envolvidos com as causas sociais e com a defesa dos direitos humanos. Existe a nível da congregação, uma comissão de Justiça e Paz que procura incentivar as diversas províncias nesta missão.

Por ocasião do Capítulo Geral dos Saletinos, realizado nos Estados Unidos, em abril de 2012, assumiu-se como uma das prioridades a escola de Justiça e Paz. Neste Capítulo enquanto Congregação, reafirmou-se esta proposta descrita na Decisão número 08:

JUSTIÇA E PAZ: PARTE INTEGRANTE DA NOSSA MISSÃO

"Há uma profunda sintonia entre a Palavra de Deus a "Justiça e Paz". Tal convicção vem sendo proclamada pela Igreja desde a Rerum Novarum do Papa Leão 13.

A mesma sintonia nós encontramos na Mensagem de Maria em Salette e nos documentos das Conferências Episcopais de cada Continente. Ela é ainda mais evidente em Jesus: "Ele, embora fosse rico, se tornou pobre por causa de vós"(2 Cor 8,9). Seu exemplo nos convida a ser uma Igreja Samaritana (Lc 10,25), sempre pronta a estar a serviço dos sofredores de hoje.

A reconciliação nos lança a trabalhar pela causa da Justiça e Paz, pelo respeito à dignidade da pessoa humana e pela proteção da vida onde ela corre risco. "Nós devemos trabalhar para gestar um mundo sustentável, capaz de respeitar a natureza, os direitos universais do ser humano, a justiça econômica e a cultura da paz" (Carta da terra)."

Para por em prática esta decisão, a Província saletina brasileira procurou dar os primeiros passos e elaborou um projeto de formação denominado ESCOLA DE JUSTIÇA E PAZ.

Estamos iniciando a segunda turma, com trinta e três participantes. Destes: 05 religiosas enviadas pela CRB, 15 pessoas que tomaram conhecimento da escola e tiveram interesse na proposta e 11 estudantes saletinos que se inscreveram a pedido do Conselho Provincial e 02 leigos das nossas paróquias (RJ, SP).

Durante dez dias, numa dinâmica participativa que inclui palestras, filmes, debates, celebrações, vamos discutir alguns temas que contribuem para nossa missão na construção da cultura da paz.

A escola tem como objetivo contribuir com a formação dos Agentes de Pastoral (leigos/leigas,religiosos/as), por meio de interpretações dos fenômenos de violação de direitos e dos ciclos geradores de violência, bem como com interpretações de iniciativas da sociedade civil e do estado, no Brasil e no mundo, para a construção de uma cultura de paz, à luz de uma hermenêutica teológica que alimente uma fé libertadora e engajada. A Escola de Justiça e Paz quer ser um espaço para formar/reafirmar uma prática que defenda a cultura da paz e ao mesmo tempo comprometer os Missionários Saletinos no seu carisma da reconciliação na defesa da justiça e da paz.

De forma sintética apresentamos a grade curricular da escola, reunindo uma equipe excelente de assessores: três advogados, dois teólogos, um psicanalista, dois sociólogos e dois pastoralistas.Todas estas pessoas envolvidas com o movimento popular ou pastorais sociais.

No primeiro dia vamos trabalhar a metodologia e objetivo da escola, além de técnicas de entrosamento. Ainda neste dia, teremos a reflexão sobre a violência na dimensão antropológica e psicológica.

No segundo dia vamos dedicar ao aprofundamento da realidade da juventude, sobretudo analisar os dados sobre o extermínio de jovens no Brasil.

No terceiro dia teremos os fundamentos bíblicos em favor da Justiça e da Paz. Na parte da tarde vamos debater a questão da intolerância religiosa.

Domingo, segunda e terça – duas advogadas envolvidas com o movimento social vão trabalhar os seguintes temas: violência de gênero, violência fundiária, justiça restaurativa, Violência doméstica, cyberviolência, violência em meio escolar e ainda neste bloco, os Direitos humanos e a construção da Justiça e da paz.

No dia 17 de outubro dois assessores vão desenvolver os seguintes temas: Leitura das raízes da violência e nossa ação na construção da cultura da paz através da cidadania ativa.

Na sexta feira, teremos o dia inteiro dedicado à reflexão sobre o tráfico de pessoas. Consideramos muito importante aprofundar esta situação, que será o tema da Campanha da Fraternidade de 2014.

No sábado vamos fazer a avaliação da escola, a carta de compromisso, a festa com a entrega do certificado. No domingo celebraremos a Eucaristia e colocaremos junto com o Pão e o Vinho – Corpo e sangue do Senhor, nosso desejo de sermos construtores da Paz.

Toda esta programação é dinamizada com cantos, trabalho em grupo, celebrações e momentos de convivência.

Esta é nossa primeira partilha da escola que acontecerá de 10 a 20 de outubro, na Comunidade Taizé, na Casa de acolhida Mombitaba. Acreditamos que abraçar o carisma da reconciliação é comprometer-se com o advento de uma sociedade justa e fraterna, onde a paz não seja uma palavra vã.

Aguardem novas notícias da escola no decorrer da semana.

Saudações de Paz!         Pe Edegard Silva Júnior,ms   Just paz1
    Just paz3


Coordenador da Escola

MISSIONÁRIOS SALETINOS NO BRASIL PROMOVEM ESCOLA DE JUSTIÇA E PAZ
A Proposta foi aprovada em janeiro de 2012, durante o Capítulo Provincial e assim
diz o texto:
JUSTIÇA E PAZ COMO PARTE INTEGRANTE DO NOSSO CARISMA
Para isso:
·        Incluir no Triênio (2012/2014) a prática da Justiça e Paz como parte integrante do nosso carisma
 ·        Procurar envolver os nossos estudantes e religiosos em ações concretas em favor da Justiça e Paz
·        Incluir na Revista Salette uma coluna fixa sobre a Justiça e Paz, levando em conta o resultado do
Encontro de Córdoba
·        Analisar a possibilidade de algum religioso/leigo participar  do curso de especialização sobre Justiça
e Paz (ou sobre Direitos Humanos) promovido pela Universidade Católica de Brasília
·        Ver os meios efetivos em realizar a Escola de Justiça e Paz, em Mombitaba/Taizé, Alagoinhas-BA,
numa dinâmica a ser construída,  envolvendo na participação e organização, nossos estudantes, leigos/as
saletinos e pessoas ligadas as Pastorais sociais das nossas comunidades.
Com o projeto foi aprovada, elaborou-se uma proposta  para realização da 1ª Escola de Justiça e Paz.
2º Passo
Published in JUSTICA E PAZ (POR)
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