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segunda-feira, 29 março 2021 10:06

Carta - Páscoa 2021

Páscoa 2021

 “Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Cor 15, 3-4)

"Se se converterem ..." (Maria em La Salette)

Queridos irmãos,

Como já no ano passado, também neste ano, as saudações pascais do Conselho geral e as minhas pessoais, chegam a vós nas vossas comunidades e nos locais de trabalho pastoral, enquanto a pandemia do coronavírus parece não cessar. Pelo contrário, continua a assolar-se com mais ou menos intensidade em todo o mundo, semeando ao seu redor o medo e a incerteza no futuro e colocando em dura prova o sistema de saúde, o sistema social e econômico de cada um de nossos países.

De diferentes maneiras, todos nos sentimos envolvidos neste fenômeno que está mudando nossa forma de conceber e de ver o mundo, a sociedade, as relações interpessoais e a própria vida. Na verdade, estamos vivendo uma verdadeira revolução “copernicana” em relação aos valores em torno dos quais somos chamados a construir o futuro próximo, o nosso e o do mundo, na esperança de que seja melhor que o presente. Da centralidade do fazer e da eficiência se está passando justamente para a centralidade da pessoa com os seus direitos a serem respeitados e os deveres a cumprir.

Consequentemente, a vida religiosa também não está totalmente isenta dessa mudança de época que está ocorrendo. Longe do rítmo de vida frenética que caracterizou o nosso ser religioso e sacerdotal, repentinamente limitado nas nossas viagens e ministérios, descobrimos, ao longo deste ano, como são importantes as relações interpessoais feitas sobretudo por pequenos gestos de acolhimento e escuta do outro, de mútua atenção e serviço, de generosa gratuidade e de tempo partilhado. Também experimentámos, junto com o cansaço de viver a fé em comunidade ... também a beleza do gosto redescoberto pela vida da oração pessoal e comunitária acompanhada pelo esforço de "aggiornamento" do modo de estar presente ao povo de Deus confiado aos nossos cuidados pastorais.

Espero que esta experiência, não desejada, mas imposta com violência e sem avisar pelas diversas circunstancias que conhecemos, se transforme num “Kairós”, num tempo favorável e de graça para todos nós e nos ajude a voltar ao jogo e continuar o caminho com responsabilidade, determinação, entusiasmo e destemor, renovando profundamente o nosso modo de viver a fidelidade ao seguimento do Senhor à luz da mensagem da Virgem em prantos de La Salette.

Será uma oportunidade perdida se, passada esta "tempestade pandémica", as coisas voltarem como antes na nossa vida religiosa pessoal e comunitária e também na pastoral, sem deixar vestígios da sua passagem e dos estímulos que surgiram e foram promovidos por esta. O Papa Francisco afirmou que desta pandemia ou se sai melhor ou se sai pior ... e em qualquer caso nunca como antes. Não há meio termo. Se isso é verdade para todos, deve ser muito mais verdade para nós, religiosos saletinos.

Com toda a Igreja, também nós seremos chamados a renovar a nossa linguagem «religiosa», que muitas vezes parece gasta e ultrapassada, feita de palavras abstratas e vazias e, portanto, incapazes de comunicar com frescor a riqueza do Evangelho e o alegre testemunho da nossa vida religiosa para o mundo de hoje. É um desafio que nos provoca a todos pessoalmente e do qual nenhum de nós pode escapar facilmente.

Dessa experiência incomum e em muitos aspectos dolorosa, devemos sair renovados e encorajados em todos os níveis. É o desejo que expresso para todos e por cada um de nós.

Não há Páscoa de Ressurreição sem a passagem estreita do sofrimento, do grito de abandono e da morte experimentada na Sexta-Feira Santa. Só assim a Páscoa se torna a celebração por excelência da esperança que não engana e da explosão de uma vida nova oferecida a todos e inaugurada por Cristo ressuscitado.

Todos sabemos que a mensagem de La Salette é essencialmente uma mensagem pascal, certamente composta por fortes apelos à conversão, ao empenho pessoal, à revisão e à renovação das relações com Deus e com a Igreja, mas também promessas de uma vida iluminada e purificada em plenitude, daquela luz deslumbrante que emana de Cristo crucificado e glorioso ao mesmo tempo, pendurado no peito da Bela Senhora. Por isso também nós, juntamente com São Paulo, podemos afirmar com força e em voz alta: "Cristo ressuscitado é a nossa esperança" (1 Cor, 15)

O mistério pascal, de morte e ressurreição, de sofrimento e de renascimento, acompanha também este ano as duas missões saletinas na terra da África e na Região de Mianmar.

Em Moçambique a situação não parece ter melhorado em comparação com o que foi relatado na carta de Natal. Na verdade, continua a ser crítica e parece ter escapado ao controle das forças de ordem local e nacional. Recentemente, algumas agências de jornais divulgaram as notícias de crimes hediondos perpetrados contra crianças na região de Cabo Delgado, que está nas mãos de grupos jihadistas sem escrúpulos. Atualmente, o P. Edegard trabalha na cidade de Pemba como assistente e acompanhante dos numerosos refugiados da paróquia de Nangololo e não só. Em estreita colaboração com as províncias do Brasil e da Angola, o CG está planejando reestruturar a comunidade o mais rápido possível e reorganizar sua presença pastoral na diocese. Esta, após a recente transferência de Dom Luiz para outra sede (Brasil), é conduzida por um administrador apostólico na pessoa de Dom Juliasse, bispo auxiliar de Maputo. Enquanto esperamos pelo novo bispo, com quem poderemos discutir o futuro da presença Saletina na região, trazemos constantemente esta comunidade e seu futuro desenvolvimento, bem como as pessoas perseguidas a que serve em nossas orações.

Na Tanzânia, muito se está trabalhando na compra de uma casa e de um terreno adjacente para a inauguração de um primeiro centro de animação vocacional e de formação para os jovens que desejam fazer parte de nossa família religiosa. O desejo do CG, apoiado pela comunidade de Rutete, é iniciar o caminho formativo no corrente Ano Mariano ou o mais tardar no início de 2022. Coloco com grande confiança este projeto sob a proteção da Bela Senhora de La Salette, nossa Mãe e Padroeira e ao mesmo tempo, o confio à atenção e à oração de toda a Congregação.

Em nome da Congregação, desejo expressar sentimentos de proximidade espiritual e solidariedade aos nossos confrades da jovem Região de Mianmar, que estão vivendo um momento de grande perplexidade e forte preocupação com o destino do processo democrático do país, abruptamente interrompido pelo recente golpe militar (1 ° de fevereiro). Esperamos que o estado de guerra instaurado pelos militares, que causou o compreensível levante popular e infelizmente a morte de tantos inocentes, acabe o mais rápido possível e que a justiça e o respeito pelas regras democráticas devidamente restabelecidas prevaleçam sobre o ódio e as divisões presentes no país agora. Neste contexto de incertezas e temores pelo futuro próximo, as quatro novas ordenações sacerdotais que aconteceram no dia 19 de março, festa de São José, são um grande sinal de esperança confiante para o país, a Região e a Congregação. Agradecemos ao Senhor pelo dom de suas vocações. Iluminados e guiados pelo nosso carisma, certamente se empenharão em promover caminhos de reconciliação no país, sedentos de paz e de justiça, com a palavra e sobretudo com o testemunho de vida.

Que esta Santa Páscoa, com a sua carga avassaladora de luz e de vida nova, nos guie cada vez mais a incorporar a nossa existência de homens e religiosos na de Cristo ressuscitado e a deixar-nos comunicar a vida plenamente pelo seu Espírito.

Além disso, a Ressurreição de Cristo estimula-nos a dar razão sempre e sem medo daquela fé e daquela esperança que deve animar em todo o lado e em todo o modo a nossa vida de cristãos e religiosos.

Aos irmãos idosos ou sofredores, aos que estão imersos na pastoral, aos jovens religiosos, aos noviços e aos jovens em formação, bem como às Irmãs de La Salette e aos numerosos Leigos Saletinos que, animados pelo carisma da reconciliação, trabalham conosco no campo da evangelização e da caridade vão, também em nome do Conselho geral, os mais belos e cristãos votos de

Feliz e Santa Páscoa da Ressurreição!

Fraternalmente,

P. Silvano Marisa MS

Superior Geral

Published in LEIGOS SALETINOS (POR)
domingo, 28 março 2021 20:33

O convite – anamnesi

O convite – anamnesi

Abril 2021

A eucaristia – fonte e cume da história

As próprias palavras da introdução – “Aproximem-se, meus filhos” e “Estou aqui para vos anunciar uma boa nova” - é um convite da Bela Senhora para recordar o que Deus tinha planejado desde o início dos tempos: isto é, que Deus quer ter-nos todos juntos de Si, no Céu. Esta é praticamente a tarefa do homem na terra: antes de tudo desejar para si mesmo, e depois permitir aos outros o desejo de descobrir este desígnio de Deus e aceitá-lo como seu. Entre os homens não há quem o tenha realizado tanto assim, como a Mãe de Jesus e a Mãe de todos os que nele creem.

Maria mostra-nos os lugares e os tempos concretos onde podemos discernir este projeto e experimentar o apoio pessoal de Deus na graça que vem do seu Filho Jesus: é antes de tudo a Santa Missa, através da qual Jesus Cristo quer nos dar os seus dons; além disso, trata-se da oração e do tempo a ela dedicado, que Maria não tem medo de reduzir à mera recitação do Pai-Nosso e da Ave Maria. Para alguns, essas orações já se tornaram algo desconhecido, porque não são ensinadas pelos pais, que hoje cada vez com mais frequência nem sentem a necessidade de batizar seus filhos. Mesmo a Quaresma não é mais um tempo de preparação para o Santo Tríduo Pascal, mas é tratada como dias normais da semana, sem um significado particular.

Maria não deixou de mencionar que as relações deterioradas com Deus também se refletem em nossas colheitas danificadas e estragadas. Sempre nos esquecemos da ligação entre o mandamento de Deus: “Subjugar a terra e dominá-la” e as palavras de Maria: “Se se converterem, as pedras e os rochedos se transformarão em montes de trigo e as batatas crescerão sozinhas no campo”. A terra só pode ser subjugada satisfatoriamente então, quando nós mesmos nos permitirmos ser subjugados por Deus. Maria nos lembra esta verdade já no início da parte francesa de sua Mensagem: “Se o meu povo não quiser se submeter…” Ela mesma ela quer se mostrar como a primeira a se submeter a Deus e se orgulha dessa escolha. Nada constrói tão fortemente a paz interior como a adesão à Vontade de Deus, e a Virgem Imaculada é para nós um exemplo constante. Por isso, falando de nós, diz “meu povo”, porque espera que, como em si mesma, também em cada uma de nós haja este desejo natural de Deus e o desejo de agradá-Lo por amor, e não por cálculo ou malícia escondida.

Se algo não vai segundo os nossos planos, juramos distraidamente: seja contra os autistas, seja contra os pedestres, contra as pessoas desagradáveis, contra as autoridades estatais, contra os serviços públicos, contra a assistência sanitária, contra a seca, contra pandemia do coronavírus e as especulações a ela relacionadas, contra safras danificadas, contra os preços de serviços públicos e dos produtos, contra os malfeitores e contra os insucessos e imprevistos de todo o género. Maria nos lembra que tudo isso requer a intervenção de Deus. Jesus está pronto para nos ajudar, mas nosso comportamento e indiferença em relação ao relacionamento eterno com Deus exigem meios de reparação cada vez mais fortes. Maria apela a Jesus - a quem se refere com lágrimas - para usar soluções mais delicadas. Mas ela também está ciente de que com o nosso comportamento estamos diante de uma escolha entre a perda da vida eterna e a pesada intervenção do braço de Jesus, não mais possível parar nem mesmo por Maria, mesmo que cheia de graça. Ele não quer punir. Castigo é o nome que damos à ira de Deus. A ira de Deus, nas palavras dos profetas, significa o zelo do Pai, do Filho e do Espírito Santo para colocar tudo em ordem, como Deus pretendia desde o início do mundo.

Sigamos este convite de Maria para nos submetermos a Deus e obedecer a tudo o que está escrito no Decálogo. Lembremo-nos então que Deus é misericordioso em todo tempo e sempre quer nos ajudar. Mas, no final desse tempo, só Ele, infelizmente, deve ser justo, coisa que nós esquecemos.

E Maria em La Salette sofre de verdade pelo facto de nos termos esquecido dela.

Karol Porczak MS

Published in MISSAO (POR)
domingo, 28 março 2021 20:05

Reflexão - Abril 2021

O convite – anamnesi

Abril 2021

A eucaristia – fonte e cume da história

As próprias palavras da introdução – “Aproximem-se, meus filhos” e “Estou aqui para vos anunciar uma boa nova” - é um convite da Bela Senhora para recordar o que Deus tinha planejado desde o início dos tempos: isto é, que Deus quer ter-nos todos juntos de Si, no Céu. Esta é praticamente a tarefa do homem na terra: antes de tudo desejar para si mesmo, e depois permitir aos outros o desejo de descobrir este desígnio de Deus e aceitá-lo como seu. Entre os homens não há quem o tenha realizado tanto assim, como a Mãe de Jesus e a Mãe de todos os que nele creem.

Maria mostra-nos os lugares e os tempos concretos onde podemos discernir este projeto e experimentar o apoio pessoal de Deus na graça que vem do seu Filho Jesus: é antes de tudo a Santa Missa, através da qual Jesus Cristo quer nos dar os seus dons; além disso, trata-se da oração e do tempo a ela dedicado, que Maria não tem medo de reduzir à mera recitação do Pai-Nosso e da Ave Maria. Para alguns, essas orações já se tornaram algo desconhecido, porque não são ensinadas pelos pais, que hoje cada vez com mais frequência nem sentem a necessidade de batizar seus filhos. Mesmo a Quaresma não é mais um tempo de preparação para o Santo Tríduo Pascal, mas é tratada como dias normais da semana, sem um significado particular.

Maria não deixou de mencionar que as relações deterioradas com Deus também se refletem em nossas colheitas danificadas e estragadas. Sempre nos esquecemos da ligação entre o mandamento de Deus: “Subjugar a terra e dominá-la” e as palavras de Maria: “Se se converterem, as pedras e os rochedos se transformarão em montes de trigo e as batatas crescerão sozinhas no campo”. A terra só pode ser subjugada satisfatoriamente então, quando nós mesmos nos permitirmos ser subjugados por Deus. Maria nos lembra esta verdade já no início da parte francesa de sua Mensagem: “Se o meu povo não quiser se submeter…” Ela mesma ela quer se mostrar como a primeira a se submeter a Deus e se orgulha dessa escolha. Nada constrói tão fortemente a paz interior como a adesão à Vontade de Deus, e a Virgem Imaculada é para nós um exemplo constante. Por isso, falando de nós, diz “meu povo”, porque espera que, como em si mesma, também em cada uma de nós haja este desejo natural de Deus e o desejo de agradá-Lo por amor, e não por cálculo ou malícia escondida.

Se algo não vai segundo os nossos planos, juramos distraidamente: seja contra os autistas, seja contra os pedestres, contra as pessoas desagradáveis, contra as autoridades estatais, contra os serviços públicos, contra a assistência sanitária, contra a seca, contra pandemia do coronavírus e as especulações a ela relacionadas, contra safras danificadas, contra os preços de serviços públicos e dos produtos, contra os malfeitores e contra os insucessos e imprevistos de todo o género. Maria nos lembra que tudo isso requer a intervenção de Deus. Jesus está pronto para nos ajudar, mas nosso comportamento e indiferença em relação ao relacionamento eterno com Deus exigem meios de reparação cada vez mais fortes. Maria apela a Jesus - a quem se refere com lágrimas - para usar soluções mais delicadas. Mas ela também está ciente de que com o nosso comportamento estamos diante de uma escolha entre a perda da vida eterna e a pesada intervenção do braço de Jesus, não mais possível parar nem mesmo por Maria, mesmo que cheia de graça. Ele não quer punir. Castigo é o nome que damos à ira de Deus. A ira de Deus, nas palavras dos profetas, significa o zelo do Pai, do Filho e do Espírito Santo para colocar tudo em ordem, como Deus pretendia desde o início do mundo.

Sigamos este convite de Maria para nos submetermos a Deus e obedecer a tudo o que está escrito no Decálogo. Lembremo-nos então que Deus é misericordioso em todo tempo e sempre quer nos ajudar. Mas, no final desse tempo, só Ele, infelizmente, deve ser justo, coisa que nós esquecemos.

E Maria em La Salette sofre de verdade pelo facto de nos termos esquecido dela.

Karol Porczak MS

Published in INFO (PT)
domingo, 28 março 2021 15:45

O caminho da conversão

O caminho da conversão

Março 2021

Deixar-se guiar por Deus

Converter-se não significa, necessariamente, apenas se afastar do mal e voltar-se para o bem. Isso se pode chama de conversão que salva a vida eterna. Pode haver também outra conversão, que consiste em renunciar a realizar o bem dependente de nossa vontade, que a seu modo descobre uma bela e boa vocação de vida, e seguir o caminho vocacional indicado pela decisão de Deus.

Como religiosos devemos estar cientes da nossa vocação natural para a vida familiar, matrimonial e paternal, mas optamos por viver os votos religiosos, inspirados na Mensagem da Bela Senhora e também no exemplo de vida dos saletinos. Assim interpretamos a vontade de Deus nos confrontos de cada um de nós, isto é, se somos convertidos para uma outra vocação, mais empenhativa daquela natural. E Maria, experimentou também uma conversão?

No primeiro sentido – nunca, porque Ela é uma pessoa Imaculada.

No segundo sentido – sim, e muitas vezes.

Ela já tinha os seus projectos de vida virginal no matrimónio com José. Deveria tornar-se esposa e dona de cada de Nazaré. Assim tinha interpretado a sua vocação de vida. Na anunciação do Anjo, Deus mudou este projeto e Maria converteu logo a própria vontade, rendendo-a obediente a vontade de Deus. Colocando ao Arcangelo Gabriel a pergunta: “Como é possível? Não conheço homem”, Ela praticamente procura saber quem deve participar na concepção, visto que com José tinha já estabelecido o acordo de não envolver-se carnalmente. A Virgem Maria imediatamente aponta para o concreto. Como sabemos, Gabriel explica-lhe o papel do Espírito Santo neste facto. E o seu famoso fiat voluntas tua é uma decisão de abandonar os próprios projectos (muito nobres) e estar totalmente envolvida no plano inesperado de Deus.

Da mesma forma em Jerusalém, tendo encontrado Jesus, depois de três dias, não compreende a explicação de Jesus, mas guardava todas estas coisas no próprio coração. Ele não se deixa atormentar por pensamentos de falta de atenção a Jesus, mas imprime esse facto em sua memória: Converte (direccional) os seus pensamentos para Deus, e d’Ele espera explicações. Reconhece que receberá as explicações no momento oportuno, quando Deus assim o entender. Talvez aquela experiência dos três dias de separação ajudou-a a suportar os três dias de esperança da ressurreição do Filho crucificado.

Tem ainda um outro traço da conversão na vida de Maria.

Quando as pessoas começam a julgar Jesus, considerando-o louco, a família quis defender sua reputação ligando-o a sua Mãe. Quando Jesus se apercebeu que a sua Mãe e os irmãos estavam a sua espera, respondeu: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos?”. E voltando-se para aqueles que estavam sentados à volta, disse: “Eis a minha mãe e os meus irmãos” (cfr. Mc 3,20-21.30-35). 

Neste episódio, Jesus não deixou de mencionar em fazer a vontade de Deus. Por que é uma ocasião de conversão para Maria? Ela compreendeu naquele momento que tinha terminado o seu papel de Mãe, de Educadora e de Amiga de Gesù. Dalí em diante Ela se torna a discípula de seu Filho em fazer a vontade de Deus. Mantendo a autoridade da Mãe do Salvador, Ela, no seu caminho de fé, segue o exemplo de humilhação e de obediência ao Pai Celeste, no modelo de Jesus.

Karol Porczak MS

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Acérquense

(3er Domingo de Pascua: Hechos 3:13-19; 1 Juan 2:1-5; Lucas 24:35-48)

El título de hoy cita la primera palabra de María a los niños en La Salette. Ella añade, “No tengan miedo”. Reconocemos el patrón, en reversa, desde las Escrituras.

En el último Evangelio dominical, Tomás fue invitado a acercarse a Jesús tanto como para tocar sus heridas. Hoy Lucas nos da un relato similar. Mientras dos discípulos estaban contando cómo se habían encontrado con Jesús en el camino de Emaús y ¡de repente, ahí estaba! Los tranquilizó a todos, “Miren mis manos y mis pies, soy yo mismo. Tóquenme y vean. Un espíritu no tiene carne ni huesos, como ven que yo tengo”.

En ambas versiones de este relato, las primeras palabras de Jesús son, “La paz esté con ustedes”. Este pudo haber sido el saludo normal, “Shalom”, pero el contexto le da un significado más rico. La invitación a tocar es vista como una manera de restaurar la paz interior.

Esto es casi como si la iglesia esta semana nos estuviera dando una segunda oportunidad, una segunda invitación para reconocer a Cristo crucificado, a Cristo resucitado, y a desear con más celo aún el ser sus fieles discípulos.

El discurso de Pedro en la primera lectura de hoy da a entender que su audiencia había perdido la oportunidad de aceptar a Jesús como el Redentor y, en su lugar, lo enviaron a la muerte. Pero no todo está perdido. Si leemos entre líneas, Pedro está diciendo, “Ustedes también pueden salvarse”. Al decirles que hay que arrepentirse para convertirse, les está invitando a acercarse a aquel que puede darles la verdadera paz.

¿Acaso no es eso lo que Nuestra Señora nos dice? También nosotros podemos ser salvados. Ella nos hace rememorar a su manera aquello que escuchamos hoy en la segunda lectura: “Jesús es la Víctima propiciatoria por nuestros pecados, y no sólo por los nuestros, sino también por los del mundo entero”

Después de calmar el temor de sus discípulos Jesús dijo:” Así estaba escrito: el Mesías debía sufrir y resucitar de entre los muertos al tercer día, y comenzando por Jerusalén, en su Nombre debía predicarse a todas las naciones la conversión para el perdón de los pecados”.

Maximino lo dijo, cuando él y Melania bajaron apresurados hacia la Bella Señora, “nadie hubiera podido pasar entre ella y nosotros”- Ella vino para hacer que su pueblo se acerque más a su Hijo, para restaurar la paz con él. Estamos llamados a hacer conocer aquel mensaje.

Traducción: Hno. Moisés Rueda, M.S.

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sábado, 27 março 2021 09:51

Carta - Páscoa 2021

Páscoa 2021

 “Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Cor 15, 3-4)

"Se se converterem ..." (Maria em La Salette)

Queridos irmãos,

Como já no ano passado, também neste ano, as saudações pascais do Conselho geral e as minhas pessoais, chegam a vós nas vossas comunidades e nos locais de trabalho pastoral, enquanto a pandemia do coronavírus parece não cessar. Pelo contrário, continua a assolar-se com mais ou menos intensidade em todo o mundo, semeando ao seu redor o medo e a incerteza no futuro e colocando em dura prova o sistema de saúde, o sistema social e econômico de cada um de nossos países.

De diferentes maneiras, todos nos sentimos envolvidos neste fenômeno que está mudando nossa forma de conceber e de ver o mundo, a sociedade, as relações interpessoais e a própria vida. Na verdade, estamos vivendo uma verdadeira revolução “copernicana” em relação aos valores em torno dos quais somos chamados a construir o futuro próximo, o nosso e o do mundo, na esperança de que seja melhor que o presente. Da centralidade do fazer e da eficiência se está passando justamente para a centralidade da pessoa com os seus direitos a serem respeitados e os deveres a cumprir.

Consequentemente, a vida religiosa também não está totalmente isenta dessa mudança de época que está ocorrendo. Longe do rítmo de vida frenética que caracterizou o nosso ser religioso e sacerdotal, repentinamente limitado nas nossas viagens e ministérios, descobrimos, ao longo deste ano, como são importantes as relações interpessoais feitas sobretudo por pequenos gestos de acolhimento e escuta do outro, de mútua atenção e serviço, de generosa gratuidade e de tempo partilhado. Também experimentámos, junto com o cansaço de viver a fé em comunidade ... também a beleza do gosto redescoberto pela vida da oração pessoal e comunitária acompanhada pelo esforço de "aggiornamento" do modo de estar presente ao povo de Deus confiado aos nossos cuidados pastorais.

Espero que esta experiência, não desejada, mas imposta com violência e sem avisar pelas diversas circunstancias que conhecemos, se transforme num “Kairós”, num tempo favorável e de graça para todos nós e nos ajude a voltar ao jogo e continuar o caminho com responsabilidade, determinação, entusiasmo e destemor, renovando profundamente o nosso modo de viver a fidelidade ao seguimento do Senhor à luz da mensagem da Virgem em prantos de La Salette.

Será uma oportunidade perdida se, passada esta "tempestade pandémica", as coisas voltarem como antes na nossa vida religiosa pessoal e comunitária e também na pastoral, sem deixar vestígios da sua passagem e dos estímulos que surgiram e foram promovidos por esta. O Papa Francisco afirmou que desta pandemia ou se sai melhor ou se sai pior ... e em qualquer caso nunca como antes. Não há meio termo. Se isso é verdade para todos, deve ser muito mais verdade para nós, religiosos saletinos.

Com toda a Igreja, também nós seremos chamados a renovar a nossa linguagem «religiosa», que muitas vezes parece gasta e ultrapassada, feita de palavras abstratas e vazias e, portanto, incapazes de comunicar com frescor a riqueza do Evangelho e o alegre testemunho da nossa vida religiosa para o mundo de hoje. É um desafio que nos provoca a todos pessoalmente e do qual nenhum de nós pode escapar facilmente.

Dessa experiência incomum e em muitos aspectos dolorosa, devemos sair renovados e encorajados em todos os níveis. É o desejo que expresso para todos e por cada um de nós.

Não há Páscoa de Ressurreição sem a passagem estreita do sofrimento, do grito de abandono e da morte experimentada na Sexta-Feira Santa. Só assim a Páscoa se torna a celebração por excelência da esperança que não engana e da explosão de uma vida nova oferecida a todos e inaugurada por Cristo ressuscitado.

Todos sabemos que a mensagem de La Salette é essencialmente uma mensagem pascal, certamente composta por fortes apelos à conversão, ao empenho pessoal, à revisão e à renovação das relações com Deus e com a Igreja, mas também promessas de uma vida iluminada e purificada em plenitude, daquela luz deslumbrante que emana de Cristo crucificado e glorioso ao mesmo tempo, pendurado no peito da Bela Senhora. Por isso também nós, juntamente com São Paulo, podemos afirmar com força e em voz alta: "Cristo ressuscitado é a nossa esperança" (1 Cor, 15)

O mistério pascal, de morte e ressurreição, de sofrimento e de renascimento, acompanha também este ano as duas missões saletinas na terra da África e na Região de Mianmar.

Em Moçambique a situação não parece ter melhorado em comparação com o que foi relatado na carta de Natal. Na verdade, continua a ser crítica e parece ter escapado ao controle das forças de ordem local e nacional. Recentemente, algumas agências de jornais divulgaram as notícias de crimes hediondos perpetrados contra crianças na região de Cabo Delgado, que está nas mãos de grupos jihadistas sem escrúpulos. Atualmente, o P. Edegard trabalha na cidade de Pemba como assistente e acompanhante dos numerosos refugiados da paróquia de Nangololo e não só. Em estreita colaboração com as províncias do Brasil e da Angola, o CG está planejando reestruturar a comunidade o mais rápido possível e reorganizar sua presença pastoral na diocese. Esta, após a recente transferência de Dom Luiz para outra sede (Brasil), é conduzida por um administrador apostólico na pessoa de Dom Juliasse, bispo auxiliar de Maputo. Enquanto esperamos pelo novo bispo, com quem poderemos discutir o futuro da presença Saletina na região, trazemos constantemente esta comunidade e seu futuro desenvolvimento, bem como as pessoas perseguidas a que serve em nossas orações.

Na Tanzânia, muito se está trabalhando na compra de uma casa e de um terreno adjacente para a inauguração de um primeiro centro de animação vocacional e de formação para os jovens que desejam fazer parte de nossa família religiosa. O desejo do CG, apoiado pela comunidade de Rutete, é iniciar o caminho formativo no corrente Ano Mariano ou o mais tardar no início de 2022. Coloco com grande confiança este projeto sob a proteção da Bela Senhora de La Salette, nossa Mãe e Padroeira e ao mesmo tempo, o confio à atenção e à oração de toda a Congregação.

Em nome da Congregação, desejo expressar sentimentos de proximidade espiritual e solidariedade aos nossos confrades da jovem Região de Mianmar, que estão vivendo um momento de grande perplexidade e forte preocupação com o destino do processo democrático do país, abruptamente interrompido pelo recente golpe militar (1 ° de fevereiro). Esperamos que o estado de guerra instaurado pelos militares, que causou o compreensível levante popular e infelizmente a morte de tantos inocentes, acabe o mais rápido possível e que a justiça e o respeito pelas regras democráticas devidamente restabelecidas prevaleçam sobre o ódio e as divisões presentes no país agora. Neste contexto de incertezas e temores pelo futuro próximo, as quatro novas ordenações sacerdotais que aconteceram no dia 19 de março, festa de São José, são um grande sinal de esperança confiante para o país, a Região e a Congregação. Agradecemos ao Senhor pelo dom de suas vocações. Iluminados e guiados pelo nosso carisma, certamente se empenharão em promover caminhos de reconciliação no país, sedentos de paz e de justiça, com a palavra e sobretudo com o testemunho de vida.

Que esta Santa Páscoa, com a sua carga avassaladora de luz e de vida nova, nos guie cada vez mais a incorporar a nossa existência de homens e religiosos na de Cristo ressuscitado e a deixar-nos comunicar a vida plenamente pelo seu Espírito.

Além disso, a Ressurreição de Cristo estimula-nos a dar razão sempre e sem medo daquela fé e daquela esperança que deve animar em todo o lado e em todo o modo a nossa vida de cristãos e religiosos.

Aos irmãos idosos ou sofredores, aos que estão imersos na pastoral, aos jovens religiosos, aos noviços e aos jovens em formação, bem como às Irmãs de La Salette e aos numerosos Leigos Saletinos que, animados pelo carisma da reconciliação, trabalham conosco no campo da evangelização e da caridade vão, também em nome do Conselho geral, os mais belos e cristãos votos de

Feliz e Santa Páscoa da Ressurreição!

Fraternalmente,

P. Silvano Marisa MS

Superior Geral

Published in INFO (PT)
sábado, 27 março 2021 08:33

Reflexão - Março 2021

O caminho da conversão

Março 2021

Deixar-se guiar por Deus

Converter-se não significa, necessariamente, apenas se afastar do mal e voltar-se para o bem. Isso se pode chama de conversão que salva a vida eterna. Pode haver também outra conversão, que consiste em renunciar a realizar o bem dependente de nossa vontade, que a seu modo descobre uma bela e boa vocação de vida, e seguir o caminho vocacional indicado pela decisão de Deus.

Como religiosos devemos estar cientes da nossa vocação natural para a vida familiar, matrimonial e paternal, mas optamos por viver os votos religiosos, inspirados na Mensagem da Bela Senhora e também no exemplo de vida dos saletinos. Assim interpretamos a vontade de Deus nos confrontos de cada um de nós, isto é, se somos convertidos para uma outra vocação, mais empenhativa daquela natural. E Maria, experimentou também uma conversão?

No primeiro sentido – nunca, porque Ela é uma pessoa Imaculada.

No segundo sentido – sim, e muitas vezes.

Ela já tinha os seus projectos de vida virginal no matrimónio com José. Deveria tornar-se esposa e dona de cada de Nazaré. Assim tinha interpretado a sua vocação de vida. Na anunciação do Anjo, Deus mudou este projeto e Maria converteu logo a própria vontade, rendendo-a obediente a vontade de Deus. Colocando ao Arcangelo Gabriel a pergunta: “Como é possível? Não conheço homem”, Ela praticamente procura saber quem deve participar na concepção, visto que com José tinha já estabelecido o acordo de não envolver-se carnalmente. A Virgem Maria imediatamente aponta para o concreto. Como sabemos, Gabriel explica-lhe o papel do Espírito Santo neste facto. E o seu famoso fiat voluntas tua é uma decisão de abandonar os próprios projectos (muito nobres) e estar totalmente envolvida no plano inesperado de Deus.

Da mesma forma em Jerusalém, tendo encontrado Jesus, depois de três dias, não compreende a explicação de Jesus, mas guardava todas estas coisas no próprio coração. Ele não se deixa atormentar por pensamentos de falta de atenção a Jesus, mas imprime esse facto em sua memória: Converte (direccional) os seus pensamentos para Deus, e d’Ele espera explicações. Reconhece que receberá as explicações no momento oportuno, quando Deus assim o entender. Talvez aquela experiência dos três dias de separação ajudou-a a suportar os três dias de esperança da ressurreição do Filho crucificado.

Tem ainda um outro traço da conversão na vida de Maria.

Quando as pessoas começam a julgar Jesus, considerando-o louco, a família quis defender sua reputação ligando-o a sua Mãe. Quando Jesus se apercebeu que a sua Mãe e os irmãos estavam a sua espera, respondeu: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos?”. E voltando-se para aqueles que estavam sentados à volta, disse: “Eis a minha mãe e os meus irmãos” (cfr. Mc 3,20-21.30-35). 

Neste episódio, Jesus não deixou de mencionar em fazer a vontade de Deus. Por que é uma ocasião de conversão para Maria? Ela compreendeu naquele momento que tinha terminado o seu papel de Mãe, de Educadora e de Amiga de Gesù. Dalí em diante Ela se torna a discípula de seu Filho em fazer a vontade de Deus. Mantendo a autoridade da Mãe do Salvador, Ela, no seu caminho de fé, segue o exemplo de humilhação e de obediência ao Pai Celeste, no modelo de Jesus.

Karol Porczak MS

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sábado, 27 março 2021 08:14

França - Capítulo

França - Capítulo Provincial

PROVÍNCIA NOSSA SENHORA DE LA SALETTE - França

Capítulo Provincial: 14 - 20 de março 2021, Notre Dame de l'Hermitage, Noirétable, França

Novo Conselho Provincial:

Pe. Pierre Jeannot Rakotonindrainy, superiore provincial(no centro)

Pe. Frantz Monnet, vigário provincial(a destra)

Pe. Paulino Nguli, conselheiro provincial(para a esquerda)

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¿Imposible?

(2do Domingo de Pascua: Hechos 4:32-35; 1 Juan 5:1-6; Juan 20:19-31)

Para el Apóstol Tomás una cosa era cierta: Jesús estaba muerto y sepultado. Por lo tanto, era simplemente imposible que los otros lo hubieran visto vivo. Las puertas de su mente estaban aún más fuertemente cerradas que las del lugar en donde los discípulos estaban reunidos al atardecer de ese primer día de la semana.

Otra cosa imposible se presenta como un hecho en la primera lectura. “La multitud de los creyentes tenía un solo corazón y una sola alma. Nadie consideraba sus bienes como propios, sino que todo era común entre ellos”. Y en el Salmo leemos: “La piedra que desecharon los constructores es ahora la piedra angular”.

Estas cosas están fuera del alcance de la comprensión humana, por eso el salmista acota: “Esto ha sido hecho por el Señor y es admirable a nuestros ojos”. La segunda lectura lo plantea de otra manera: “Y la victoria que triunfa sobre el mundo es nuestra fe”.

Cualquiera viendo el estado del cristianismo en la Francia del siglo XIX podría haber pensado como algo imposible la sobrevivencia de la Iglesia, dada la hostilidad que había en su entorno, y la fe tibia de muchos de sus miembros. Pero, como los Apóstoles que “daban testimonio con mucho poder de la resurrección del Señor Jesús”, la Madre de nuestro Señor, con gran ternura, le hizo a su pueblo un llamado a la reconciliación y a la conversión de corazón, por medio de un fiel retorno a la oración y a la Eucaristía.

El relato de Tomás en el Evangelio de hoy es para nosotros un recordatorio de que nuestra fe no es algo que se da por sentado, sino que hay que valorarla como el más grande y el más bello de los dones. Sí, Jesús puede atravesar las puertas cerradas de la indiferencia, de la complacencia, del orgullo, del abatimiento, etc. Pero ¿queremos realmente nosotros colocarnos en esa postura?

Jesús en su misericordia tomó la iniciativa de poner a Tomás de nuevo en el lugar que le corresponde entre los Apóstoles. Luego pronunció una Bienaventuranza: “¡Felices los que creen sin haber visto!” Esto es también para nosotros.

La Oración Inicial de hoy expresa bellamente el propósito: “para comprender, verdaderamente, la inestimable grandeza del bautismo que nos purificó, del espíritu que nos regeneró y de la sangre que nos redimió”.

Traducción: Hno. Moisés Rueda, M.S.

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Simples Espectadores, Ya No.

(Pascua: Hechos 10:34-43; Colosenses 3:1-4 o 1 Corintios 5:6-8; Juan 20:1-9)

La Semana Santa puede ser vivida como una travesía o, mejor aún, como un peregrinaje, hacia la tumba vacía. La Conmemoración de la Cena del Señor el Jueves Santo, y de su Pasión el Viernes Santo, y especialmente la Vigilia Pascual tienen el propósito de renovar, fortalecer e intensificar nuestra fe.

Hoy, entonces, estamos listos para proclamar en alta voz con el salmista: “Este es el día que hizo el Señor: alegrémonos y regocijémonos en él”, y “No, no moriré: viviré para publicar lo que hizo el Señor”.

Aquí, como en la primera lectura, encontramos la noción de testimonio. En nuestro contexto saletense, nosotros siempre hablamos de Maximino y Melania como testigos de la Aparición, y ciertamente lo son. Pero, ¿nunca se te pasó por la cabeza pensar que la mismísima Bella Señora vino como testigo?

“Vengo a contarles una gran noticia”, dijo ella, pero su gran noticia no era meramente un asunto de información. Sabiendo lo que ella sabía, y viendo lo que ella vio entre su pueblo, se sintió no solamente obligada a suplicar sin cesar por su pueblo, sino también a hablar. Ella dio testimonio de su Hijo crucificado, portando su imagen sobre su pecho. Pero la deslumbrante luz de su crucifijo reflejaba también la gloria de la resurrección.

La Iglesia nos da una opción para la segunda lectura de hoy. 1era de Corintios destaca una palabra que oiremos constantemente a lo largo de las siguientes semanas: “pascual”. Podemos pensar que significa: algo que tiene que ver con la Pascua cristiana. Pero su significado original es: Algo que tiene que ver con la Pascua judía.

No es una coincidencia que la pasión y muerte de Cristo hayan sucedido alrededor de la Pascua Judía. Él se convirtió en nuestro Cordero Pascual, que su sangre sea rociada en los dinteles de nuestros corazones y almas, para que la muerte pueda pasar de largo sin hacernos daño, y podamos nosotros recibir el don de la vida eterna en Cristo.

Si la Cuaresma nos trajo la conversión interior, ¿qué más podría lograr en nosotros la Pascua? ¿Qué moción nos provoca el Espíritu Santo cuando entramos en la tumba vacía? ¿Qué debemos decir y hacer al regresar de aquel lugar a nuestro vivir cotidiano? (Imagina a aquellos gentiles, en la primera lectura, después de haber escuchado la prédica de Pedro).

Como cristianos, quizá hemos sido simples espectadores u observadores. ¿No será ya el momento para nosotros de ser más, hallar el modo de compartir nuestra alegría Pascual?

Traducción: Hno. Moisés Rueda, M.S.

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